Hoje vou contar uma história real que se passou comigo e com mais dois amigos de caça, o Pedro e o Roberto.
Até poderá parecer ficção mas, na verdade é pura realidade.
Numa bela noite de sexta feira, depois do treino de apneia “duro” como sempre, treinos esses que eu e outros companheiros praticamos com assiduidade, como forma de complemento para a prática da caça submarina, eu e mais dois camaradas de lide decidimos agendar para o dia seguinte uma jornada de caçasub no “molhe da Pontinha”.
Em termos pessoais, considero o “molhe da Pontinha” um dos spots da Ilha da Madeira onde, a qualquer momento tudo pode acontecer … mas mesmo tudo!!!
Depois de uma noite bem dormida, em função da “estafa” da noite anterior (e aqui deixo um apelo à vossa imaginação), quando eram 07:00 horas da manhã lá toca o despertador, como forma de alvorada para o dia que estava a brotar.
Faço aqui um pequeno parêntese apenas para dizer o quanto sabe bem levantar cedo quando o objectivo é ir para o mar.
Escusado será dizer que, em três tempos, a mochila já estava às costas, o saco das armas numa mão e o cesto na outra mão.
E lá fui eu ter com os meus amigos Pedro e Roberto ao local previamente combinado para o encontro.
Após o briefing do costume nestas coisas do mar, lá fomos nós preparar-mo-nos para a jornada de caçasub que estava prestes a começar.
Num ápice, lá estávamos os três, eu o Pedro e o Roberto dentro de água.
Aquilo é que foi dar à barbatana e … peixe, nada!!
O mar estava com alguma corrente de superfície mas nada que não pudesse ser ultrapassado e a água estava algo turva.
Foi então que, a dado momento, o Pedro prepara um mergulho e desaparece mar abaixo, ficando eu e o Roberto a montar segurança.
Passado algum tempo, ouvimos o tradicional barulho do arpão a “roçar” nos catrapos, o que, por vezes é perfeitamente normal para quem quer apanhar determinada espécie de peixe naquele spot.
No final do mergulho, lá aparece o Pedro à superfície completamente eufórico e, quase sem respirar nos disse qualquer coisa como isto:
“ … Car(…)lho, meu!!! (ele é de Biana, Biana com B) dei com o ferro num xaréu para aí com uns cinco quilos e o sacana entocou, cortou o monofilamento e levou-me o arpão!!!
É verdade, a partir daquele momento o Pedro ficou com a arma inutilizada e para azar o dele tinha acabado a caça, uma vez que ninguém tinha levado uma arma alternativa.
O Pedro lá ia continuando com os seus mergulhos e sempre com o ouvido bem apurado, cada vez que ia para o fundo, com a esperança de poder ouvir o arpão a roçar nos catrapos. ao passo que eu e o Roberto ia-mos continuando com a nossa “faina”.
À medida que eu e o Roberto caçava-mos uns belos sargos veados bem gordinhos lá no fundo dos catrapos, o Pedro ia varrendo as imediações do local onde tinha furado o xaréu.
De repente, quando estávamos para vir embora, eis quando o Pedro dá um grito e ao mesmo tempo levanta um braço, de forma a indicar o local onde se encontrava, fazendo sinal para irmos ter com ele rapidamente.
Assim que chegámos junto do Pedro já ele me estava a tirar a arma da mão e a dizer ao mesmo tempo: “ … está ali o sacana!! “ ao mesmo tempo que apontava para um dos buraco nos catrapos.
Praticamente sem preparação, o Pedro mergulha com a minha arma e, em três tempos, desaparece dentro do buraco.
Eu e o Roberto ficámos a olhar um para o outro sem saber bem o que fazer!!!
Passados uns bons segundos, lá aparece o Pedro, vindo do buraco onde supostamente estaria o xaréu.
Chegado à superfície, o Pedro nem perdeu tempo a dizer que o xaréu estava ali enfiado no buraco mas numa posição de difícil tiro.
Passados uns minutos, o Pedro prepara novo mergulho e antes mesmo de mergulhar disse-nos para nós ficarmos de olho nele.
… e lá foi o Pedro mais uma vez tentar a sua sorte.
O Pedro desaparece de novo no buraco e o tempo passa …
Foi então que, à superfície, lá ouvimos o tal barulhinho do arpão a roçar nos catrapos como sinal de que o Pedro, pelo menos tinha feito o gosto ao dedo.
Eu e o Roberto mergulhámos até à entrada do buraco para ver o que se estava a passar e, naquele momento, o Pedro sai com a arma numa mão e a outra mão a controlar o carreto.
Chegámos todos à superfície e o Pedro inicia a recuperação do arpão quando, por fim aparece lá aparece o xaréu com os dois arpões bem ferrados.
Simplesmente fantástico!!!
Escusado será dizer que fizemos uma grande festa dentro de água!!!
De forma a complementar esta história verídica, termino com esta bela frase que se enquadra perfeitamente no contexto:
“ A Persistência é o melhor caminho para o êxito.”
1 comentários:
catrapos? Não será tetrapodes? Não leve a mal a correcção :)
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