sábado, 31 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE ANO NOVO

O ano de 2011 chegou ao fim e 2012 já está à espreita.

No que à caça submarina diz respeito e, na minha modesta opinião, o ano de 2011 foi dos piores anos para a prática deste nosso desporto de eleição, por diversos factores , designadamente de ordem natural mas, a própria crise económica que o país atravessa também , directa ou indirectamente, contribuiu para tal.

Quantos fins de semana não pudemos ir ao mar pelo facto das águas estarem turvas em todo o lado?

O próprio  preço dos combustíveis que também não pára de aumentar todas as semanas, no meu entender, este foi um factor que condicionou, e de que maneira, a prática da caça submarina.

Quem não preferia caçar num qualquer spot do norte da ilha onde, supostamente, o peixe abunda em maior número e, devido a este factor económico que acabei de enunciar, para matar o bicho, a costa sul da ilha foi a segunda opção?

Quem não gostava de poder ter usado durante a época um novo equipamento igual ao do camarada “X” ou “Y” mas, por razões de ordem financeira, a situação não se proporcionou?

… enfim!

Pessoalmente, desejo que o novo ano de 2012 nos traga, acima de tudo, saúde e, já agora, nos dê a possibilidade de concretização dos nossos desejos ou, pelo menos parte deles.

Um dos meus desejos para o novo ano de 2012, tem a ver com uma possível alteração à Lei, designadamente o Decreto Legislativo Regional 11/95/M que regula o exercício da caça submarina na Região Autónoma da Madeira.

Na minha opinião, o artº 6º,  nº 2 daquele normativo, no que se refere à regulamentação do diploma e limites de caça (5 peixes/homem/dia) está completamente desenquadrado daquilo que é considerado razoável para a Região Autónoma da Madeira.

Por exemplo, não tem lógica absolutamente nenhuma, o facto de um caçador submarino residente no Funchal e que queira ir fazer uma jornada de caça para o norte, ter de atravessar a Ilha da Madeira, gastar uma “pipa de massa” em combustível apenas para poder capturar 5 peixes!!

No mínimo, é injusto, relativamente à legislação em vigor para Portugal Continental e para a Região Autónoma dos Açores!!

Porque não, 10 peixes/homem/dia, pergunto eu?

  • Será que os prevaricadores continuavam a desafiar a Lei?
  • Será que não haveria uma maior selectividade das espécies a capturar?

Logicamente que sim!

Quer queiramos quer não, a limitação de 5 peixes/homem/dia,  é um factor que condiciona, e de que maneira, a acção do caçador submarino, no que se refere às espécies a capturar, pelo facto da pressão a que o caçador submarino fica sujeito na altura da decisão, por exemplo quando surge a possibilidade de tiro num exemplar que, supostamente “anda a rasar o limite de medida”.

No meu entender, faria todo o sentido o legislador aumentar também como forma de complemento aos 10 peixes/homem/dia, a alteração das medidas mínimas das espécies a capturar, o que evitaria a captura dos peixinhos denominados por “porta chaves”, facilitando assim a reprodução das espécies.

Enfim, um dia destes, com mais calma, vou abordar mais em pormenor este tema que é de extrema importância para todos nós que temos esta paixão em comum – a caça submarina.

Resta-me desejar a todos os leitores do blogue,

Posted by: jotasub

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O ENGODO

… tens mais sorte que juízo!!! “ disse-me o João naquele dia na Atalaia em que eu dei com o ferro por duas vezes no mesmo bodião  mas, na realidade, o João também costuma ser bafejado pela sorte e, de que maneira!

Duas ou três semanas depois daquele episódio, eu e o João combinámos ir fazer uma jornada de caça submarina nas águas do Porto da Cruz.

Como de costume, acordámos  bem cedo e lá fomos nós com a esperança  de que o dia nos pudesse proporcionar uma bela jornada, o que veio a acontecer.

Chegámos ao cais do Porto da Cruz e mesmo antes de nos começarmos a equipar, o João dá-lhe a vontade de “ cagar “ e, sem rodeios, agacha-se em cima do paredão do cais com o “ cu “ virado para a água, mesmo ao canto do cais e, num só disparo, alivia toda a carga para dentro de água.

Bem, o que se seguiu foi o ritual do costume.

Equipámos,  entrámos na água pela rampa do cais e, de seguida, fomos à nossa vida.

A jornada estava a correr muito bem aos dois e, quando já tínhamos “ a nossa conta “, decidimos voltar para terra.

Eu vinha à frente e o João um pouco afastado, mais atrás.

Entretanto, ao chegar ao cais, eu decido subir logo pela rampa e tiro as barbatanas dos pés e os óculos da cara.

Entretanto o João como vinha mais atrás, passa à frente do cais e decide sair pelas escadas que ficam logo a seguir.

De repente, o João grita: “ … está ali um grande badejo “

Assim que ouvi o João, coloquei logo os óculos na cara e as barbatanas nos pés e joguei-me para dentro de água com a arma na mão.

Assim  que virei a rampa, apenas vejo o João a subir no canto do cais onde ele tinha “ aliviado a carga “.

Mergulho a cabeça na água e qual não é o meu espanto quando vejo que o João tem o badejo arpoado.

Ganda bichooo!!!

Acusou 9,8 quilos na balança.

Saímos os dois da água e aquilo é que foi rir com a cena!!!

Ainda lhe disse: “ … disseste no outro dia que eu é que tinha sorte … e tu? o que chamas a isto????

Respondeu-me o João: “ … a isto chamo ENGODO, do bom!!!!

Posted by: jota sub

 

 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DIAS DE SORTE

Quando me iniciei nestas lides da caça submarina, um belo dia combinei com o João e fomos os dois caçar para a zona da Atalaia.

Era para aí a a minha quarta ou quinta vez que ia ao mar.

Nas primeiras vezes que fui ao mar, era rara a noite que dormia descansado sem pensar como seria o dia seguinte no mar.

Eu chamava-lhe “ o nervoso miudinho”.

Na verdade, imagino que o que se passou comigo naquela altura, passou-se e há-de continuar a passar-se também com a maioria dos caçadores submarinos quando se iniciam na prática desta actividade.

Depois, á medida que o tempo passa, a experiência vai imperando sobre os nossos sentidos e, a partir daí, as coisas começam a evoluir com naturalidade.

Mas voltando novamente atrás, lá fui eu e o João a caminho da Atalaia, ainda o dia era uma criança.

Chegados ao local, começamos a descer por uma falésia em direcção ao mar, já com o fato vestido, o cinto de chumbos à cintura e a arma e o resto do material nas mãos.

O João, como sempre, foi o primeiro a chegar e a entrar na água e, quando eu ia para o fazer, reparei que me faltava qualquer coisa … as barbatanas!

É verdade, tinha-me esquecido das barbatanas em cima do carro, na altura em que me estava a equipar e, por causa da pressa do João, nunca mais me lembrei das barbatanas em cima do carro.

Lá tive de subir novamente a falésia em direcção ao carro para ir buscar as barbatanas que estavam exactamente no local onde foram deixadas.

Agarrei nelas e desci novamente para o local onde o João tinha entrado na água.

Quando entrei na água, já o João se encontrava a mergulhar numa baía à esquerda do local onde entrámos na água.

Logo ali, comecei a aquecer o pulmão com umas apneias e, para aí ao terceiro ou quarto mergulho, visualizei um belo bodião cinzento com cerca de dois quilos a comer na parede, para aí a uns 15 metros de fundo.

Pensei eu: “ … que belo exemplar!!! “

Mergulhei um pouco afastado da parede onde o bodião estava a tomar o pequeno almoço e desci sempre encostado à parede até conseguir alcance de tiro e quando tive oportunidade, disparei, acertando-lhe em cheio.

Quando me preparava para tirar o peixe do arpão, o bodião escapa-se da minha mão e afunda para uma quota que, naquela altura, ainda não me sentia preparado “ para pisar aqueles terrenos “, refugiando-se numas rochas a mais de 20 metros de fundo, restando-me apenas ficar a observá-lo.

Bem, a caça submarina é mesmo assim e decidi nadar na direcção do João e continuar a caçar.

Ao fim de duas horas, eu e o João decidimos voltar para terra já com os nossos peixinhos no enfião e, de repente, numa pedra, reparo num belo bodião, equivalente ao que tinha perdido no inicio da jornada.

Pensei logo que os Deuses estavam desertos que eu levasse um belo bodião para casa naquele dia.

Por isso, decidi preparar novo mergulho e tentar a sua captura.

Mergulhei com o objectivo bem definido e, quando me aproximei do peixe, reparei que “ estava lascado “ mas, sem demora estico a arma, aponto firme e disparo.

Novamente em cheio e, escusado será dizer que à segunda foi de vez!!!

É verdade, aquele bodião era o mesmo que eu tinha furado há cerca de duas horas atrás.

Pesou 1,7Kg na balança.

Quando cheguei à superfície, mostrei ao João o bodião furado por duas vezes, tendo ele me dito, na altura:

“ … tens mais sorte que juízo!!! “

Na verdade, tive sorte, mas sorte … sorte …. sorte, teve ele umas semanas depois, no Porto da Cruz, mas isso fica para uma próxima história.

Posted by: jotasub

 

 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

PELA LEI E PELA GREI

No verão passado, fui caçar com uma amiga de longa data que já não via há uns tempos.

Modéstia à parte, ela, a (…) é realmente jeitosa e uma mulher muito sensual mas, para isto da caça submarina o sensualismo não é nada importante nem tão pouco é um factor decisivo para a obtenção de sucesso nesta modalidade.

Combinámos entrar na água pela praia e foi o que fizemos.

Nas minhas calmas, equipo-me e desloco-me para a água com as barbatanas na mão e a arma e a bóia na outra mão.

Entro na água e quando ia para colocar os óculos na cara, qual não é o meu espanto que vejo a (…) despir-se toda, ficando apenas em cuecas e, de repente começa a correr em direcção à água e mergulha ao meu lado.

De repente, aparece não sei de onde um guarda do SEPNA da GNR e diz com grande naturalidade:

Desculpem, mas os senhores não podem mergulhar neste local!

Escusado será dizer que a minha amiga “ corou “ de vergonha, uma vez que estava apenas de cuequinha mas, sem receio, virou-se para o guarda e diz-lhe:

Porque é que o senhor não avisou antes de eu tirar a roupa?

.O guarda vira-se para ela e diz-lhe: “ … olhe, na verdade não conheço nenhuma Lei que proíba uma pessoa de tirar a roupa!!!

Como dizia o saudoso Fernando Pessa “ … e esta hein

Posted by: jotasub

sábado, 24 de dezembro de 2011

… SANTINHO!!!

Como é hábito nos nossos treinos de apneia, às sextas feitas no final do treino o pessoal costuma despedir-se com votos de boas caçadas para o fim de semana que se avizinha.

Na segunda feira seguinte, à hora do treino, como é lógico, torna-se inevitável falar sobre o assunto.

“ … então Carl Lewis, foste ao mar no fim de semana? o que é que apanhaste?

Respondeu o Carl Lewis: “ … apanhei cinco bodiõenzinhos de prato! … bonzinho, não?

Ora … e tu Marboro, safaste-te?

“… é pá, apanhei três sargos, duas garoupas e dois cavacos, ripostou o Marboro de peito feito.

Muito caladinhos, mas com cara de quem tinha feito estragos estavam o MayDay e o Capitão que bem tentaram disfarçar o seu contentamento, evitando falar sobre o assunto mas, após insistência do mister, lá contaram o que tinham apanhado: - três belas cavalas da Índia.

Espectáculo!!!!

Virando-se para mim, o mister pergunta: e tu perlim pim pim o que é que apanhaste?

Respondi eu prontamente e em jeito de brincadeira: “ … uma valente constipação!!! “ iol!!!

Posted by: jotasub

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A BARBATANA

Numa bela tarde de sábado, eu e mais dois amigos, o Pedro e o Ricardo, combinámos uma saída à barbatana para ir caçar ao buraco para umas pedras porreiras que ficam localizadas algures na zona sul da Ilha da Madeira e, imaginem, acabámos por caçar uma barbatana!!!!

É verdade e o Pedro foi de novo o protagonista desta bela história.

Vou então contar como tudo se passou naquele dia.

Então lá vai.

… “ Ó Pedro por onde é que saímos? “ perguntei eu ainda dentro de água.

… “É pá, o melhor é sair-mos daquele lado que o mar ali naquela zona está mais calmo“, respondeu o Pedro.

E assim foi. O Pedro, com a calma do costume que é fundamental nestas coisas do mar, lá saiu da água , trepando por uma das muitas rochas que se amontoam, formando uma espécie de paredão e, já com os pés bem assentes na terra, começou a enrolar o floatline, de forma a recolher a boia e o pescado.

Entretanto, o Ricardo sai numa pedra que fica ligeiramente afastada daquela por onde saiu o Pedro e começa também ele a recolher a sua boia ao passo que eu faço o mesmo numa outra pedra.

Quanto ao pescado … esse deu para a despesa!!

De repente, o Pedro salta para outra pedra com o seu material na mão e diz para eu lhe “jogar” as barbatanas de carbono que tinham ficado na pedra por onde saiu.

Eu, como sou um rapaz bem mandado, agarro numa barbatana e “jogo-a“ na direção do Pedro que a agarra firmemente.

De seguida, “jogo” a outra barbatana, mas o Pedro, com as suas mãozinhas de manteiga, deixa cair a barbatana que se afunda num buraco à beira de água.

Na verdade, o Pedro, bem que se esforçou no sentido de tentar evitar que a barbatana entocasse “, embora sem êxito.

A partir daquele momento, deu-se inicio à segunda parte da jornada.

O Pedro, sem perder tempo, enche o peito de ar e agarrado pelos pés por mim e pelo Ricardo, mergulha no buraco na ânsia de recuperar a sua barbatana de carbono.

Acordámos todos  no sentido de puxar o Pedro para fora do buraco, assim que ele desse sinal com a perna.

O Pedro dá sinal e é içado do buraco e de seguida, diz que o buraco está muito escuro e que não vê nada, pelo que pede uma lanterna ao Ricardo enquanto prepara nova apneia.

De seguida, o Pedro mergulha de novo no buraco agarrado pelos pés, por mim e pelo Ricardo e após alguns segundos dá sinal com a perna para ser puxado novamente para fora de água.

Na verdade, o Pedro ficava completamente submerso e o seu espaço de manobra dentro do buraco era muito reduzido, uma vez que ele mal cabia lá dentro.

Assim que o Pedro tira a cabeça da água, diz que não consegue chegar à barbatana porque ela está muito funda e apenas é visível o sapato.

Várias tentativas foram feitas, tudo sem qualquer êxito.

Estava a ficar de noite e o problema é que a barbatana permanecia “ entocada “.

Sugeri a todos voltarmos ao local no dia seguinte, pela manhã, no período de baixa mar, mas o Pedro já tinha um plano em mente.

Diz o Pedro: “ … nem penses! passa-me a arma!!!

Pensei para comigo: “ … este gajo vai atirar na barbatana!!!”

… bem dito, bem certo!!

O Pedro, sem muita conversa, carrega a sua rob allen de 1,20 mts no primeiro entalhe, prepara novo mergulho e lá vai ele de novo agarrado pelos pés para o fundo do buraco com a arma em punho e a lanterna na outra mão.

Num ápice, o Pedro dispara e dá sinal para o puxarmos do buraco.

O Pedro, à medida que é puxado do buraco, passa-me a arma e, com a cabeça fora de água pede-me para segurar na lanterna, ao mesmo tempo que controla o arpão.

Escusado será dizer que o tiro foi de tal maneira bem dado que o arpão furou completamente o sapato e conseguiu trazer a barbatana para a superfície.

Depois de tirar o arpão da borracha, mal se notava o furo que o mesmo tinha feito.

Escusado será dizer que o Pedro ficou extremamente satisfeito pelo facto de ter conseguido “desentocar” a sua barbatana de carbono.

Para terminar o dia em beleza, o Pedro lá teve de se chegar à frente e pagar uma rodada para o pessoal.

Posted by: jotasub

 

 

 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Equipamento

O MIMETISMO

O fato de caça submarina deixou de ser visto exclusivamente como uma proteção térmica e passou claramente a ser visto mais como uma peça fundamental do equipamento do caçador submarino no que ao mimetismo diz respeito.

Vejamos alguns factores/chave para o sucesso do mimetismo no fato de caça submarina:

  1. É importante ter a noção de que as cores usadas no mimetismo do fato de caça submarina se vão transformando à medida que aumenta a profundidade.
  2. O mimetismo do fato de caça submarina deve ser escolhido em função do fundo.
  3. À medida que a profundidade aumenta, a luz reflectida pela luminosidade vai diminuindo, o que provoca a redução da definição das formas do mimetismo do fato de caça submarina.
  4. A melhor forma de imitar um fundo, no que ao mimetismo diz respeito é feito através do recurso à estampa fotográfica.
  5. Se não reduzirmos a visibilidade do resto do material, de nada serve utilizar um fato camuflado.

Posted by: jotasub

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A fuga

Um dos meus spots preferidos para a prática da caça submarina na Ilha da Madeira, fica localizado na zona do Porto Moniz.

Por isso, sempre que posso e, sempre que o mar assim o permite, lá vou eu com a tralha às costas.

Há cerca de dois anos atrás, por alturas do Natal e, aproveitando as boas condições que o mar proporcionava na altura, lá fui eu para o Porto Moniz, juntamente com um amigo tentar a nossa sorte.

Pelo caminho, a caça submarina foi o tema da conversa, como não podia deixar de ser.

Mal entrámos na água, o meu amigo, com pouco mais de dois metros de profundidade, observa um cardume de sargos a entocar, mergulha, mete a cabeça no buraco e, de repente, faz uma dupla de sargos veados, o que previa uma boa jornada.

Mais à frente, avisto um cardume de charuteiros que teimavam em não querer entrar no meu campo de tiro.

Faço a preparação para o mergulho e, decido mergulhar para tentar a minha sorte com um agachon.

O fundo marcava 16,1 mts no meu “suunto” e ali permaneci imóvel, esticando a minha apneia ao máximo e …. nada!

Volto para a superfície e tento normalizar a respiração rapidamente com o objectivo de fazer nova baixada.

Sempre na ânsia do cardume de charuteiros voltar a aparecer, decido fazer novo agachon e, desta vez, lá entraram as feras.

Assim que tive oportunidade, apontei ao maior exemplar e disparei.

Bingo!!

Abri o carreto ligeiramente, de forma a trabalhar o peixe até à superfície.

Na superfície, ao mesmo tempo que ia normalizando a respiração, ia enrolando calmamente o foi no carreto com o charuteiro sempre a dar luta.

Ao fim de pouco tempo, já tinha rematado e colocado no enfião da bóia um belo charuteiro com cerca de 5 kg.

Pensei para comigo: “ isto promete…”

Assim que voltei a carregar a arma, qual não foi o meu espanto quando o cardume de charuteiros apareceu novamente de volta para me visitar.

Sem preparação, mergulho novamente para aí a uns dois ou três metros de fundo e consigo alcance de tiro, pelo que decido atirar noutro exemplar do mesmo lote do primeiro.

… dois zero!!!

À medida que recolhia o arpão, o cardume não largava o charuteiro capturado e, naquela altura, decidi manter o charuteiro no monofilamento e, de seguida carrego novamente a arma, aponto ao mais próximo e … táuuuuuuuuuu.

Já está!!

Mergulhei e fui rapidamente agarrar a ponta do arpão para me certificar que nenhum dos charuteiros se fosse embora.

À superfície, com a situação controlada, rematei os dois exemplares capturados e fui colocá-los no enfião ao pé do irmão.

Volto a carregar a arma, de repente, a pensar que a festa ia continuar mas o cardume “ decidiu ir ver se estava a chover”.

Entretanto, o meu amigo matou mais alguns bodiões bem gordinhos e, a dada altura, nadei para junto dele e perguntei-lhe como estava a correr o dia ao que o mesmo me respondeu que já tinha feito a sua quota, pelo que ia mais para junto da costa para se dedicar à apanha de lapas.

E naquele momento, nadamos ambos em sentidos opostos e sem nos apercebermos, as boias “ engatam “ uma na outra  e, em consequência, cada um de nós sentiu um “puxão” no floatline  seguido de um alívio de tensão do mesmo.

Inconscientemente, nadei no sentido da bóia e quando chego perto da mesma, qual não é o meu espanto, reparo que o enfião com o peixe tinha desaparecido da bóia.

Veio-me logo à ideia de que o tal “puxão” teria sido obra de algum tubarão que por ali tinha passado e que decidiu “comprar barato”.

Naquele instante, gritei para o meu amigo que também já tinha nadado no sentido da sua bóia  e por conseguinte também já tinha reparado que também já não tinha o seu enfião na bóia.

Foi então que combinámos  nadar para terra e sair da água, com receio que o tal predador por ali aparecesse para o lanche.

Já com os pés bem assentes na terra e com a cabeça mais calma, em conversa, colocámos então a hipótese das bóias se terem cruzado em sentidos opostos, prendendo-se entre si, tendo causando o incidente.

Imaginámos o local onde supostamente teria acontecido a cena e decidimos entrar novamente na água e nadar para o local e …. foi tiro e queda!!!

Após alguns mergulhos, lá demos com o meu enfião intacto com o mosquetão e os três belos charuteiros.

O enfião do meu amigo é que nunca mais o vimos, pelo facto do monofilamento ter partido.

Por isso, tivemos de fazer umas horas extras para recuperar o peixe perdido e só depois é que nos dedicámos à apanha da lapa.

Enfim, como em qualquer outro dia de caça submarina, este dia foi um dia muito bem passado, à excepção da fuga, é claro!!!! 

Posted by: jotasub 

 

 

  

domingo, 11 de dezembro de 2011

O Xaréu do Molhe

Hoje vou contar uma história real que se passou comigo e com mais dois amigos de caça, o Pedro e o Roberto.

Até poderá parecer ficção mas, na verdade é pura realidade.

Numa bela noite de sexta feira, depois do treino de apneia “duro” como sempre, treinos esses que eu e outros companheiros praticamos com assiduidade, como forma de complemento para a prática da caça submarina, eu e mais dois camaradas de lide decidimos agendar para o dia seguinte uma jornada de caçasub no “molhe da Pontinha”.

Em termos pessoais, considero o “molhe da Pontinha” um dos spots da Ilha da Madeira onde, a qualquer momento tudo pode acontecer … mas mesmo tudo!!!

Depois de uma noite bem dormida, em função da “estafa” da noite anterior (e aqui deixo um apelo à vossa imaginação), quando eram 07:00 horas da manhã lá toca o despertador, como forma de alvorada para o dia que estava a brotar.

Faço aqui um pequeno parêntese apenas para dizer o quanto sabe bem levantar cedo quando o objectivo é ir para o mar.

Escusado será dizer que, em três tempos, a mochila já estava às costas, o saco das armas numa mão e o cesto na outra mão.

E lá fui eu ter com os meus amigos Pedro e Roberto ao local previamente combinado para o encontro.

Após o briefing do costume nestas coisas do mar, lá fomos nós preparar-mo-nos para a jornada de caçasub que estava prestes a começar.

Num ápice, lá estávamos os três, eu o Pedro e o Roberto dentro de água.

Aquilo é que foi dar à barbatana e … peixe, nada!!

O mar estava com alguma corrente de superfície mas nada que não pudesse ser ultrapassado e a água estava algo turva.

Foi então que, a dado momento, o Pedro prepara um mergulho e desaparece mar abaixo, ficando eu e o Roberto a montar segurança.

Passado algum tempo, ouvimos o tradicional barulho do arpão a “roçar” nos catrapos, o que, por vezes é perfeitamente normal para quem quer apanhar determinada espécie de peixe naquele spot.

No final do mergulho, lá aparece o Pedro à superfície completamente eufórico e, quase sem respirar nos disse qualquer coisa como isto:

“ … Car(…)lho, meu!!! (ele é de Biana, Biana com B) dei com o ferro num xaréu para aí com uns cinco quilos e o sacana entocou, cortou o monofilamento e levou-me o arpão!!!

É verdade, a partir daquele momento o Pedro ficou com a arma inutilizada e para azar o dele tinha acabado a caça, uma vez que ninguém tinha levado uma arma alternativa.

O Pedro  lá ia continuando com os seus mergulhos e sempre com o ouvido bem apurado, cada vez que ia para o fundo, com a esperança de poder ouvir o arpão a roçar nos catrapos. ao passo que eu e o Roberto ia-mos continuando com a nossa “faina”.

À medida que eu e o Roberto caçava-mos uns belos sargos veados bem gordinhos lá no fundo dos catrapos, o Pedro ia varrendo as imediações do local onde tinha furado o xaréu.

De repente, quando estávamos para vir embora, eis quando o Pedro dá um grito e ao mesmo tempo levanta um braço, de forma a indicar o local onde se encontrava, fazendo sinal para irmos ter com ele rapidamente.

Assim que chegámos junto do Pedro já ele me estava a tirar a arma da mão e a dizer ao mesmo tempo: “ … está ali o sacana!! “ ao mesmo tempo que apontava para um dos buraco nos catrapos.

Praticamente sem preparação, o Pedro mergulha com a minha arma e, em três tempos, desaparece dentro do buraco.

Eu e o Roberto ficámos a olhar um para o outro sem saber bem o que fazer!!!

Passados uns bons segundos, lá aparece o Pedro, vindo do buraco onde supostamente estaria o xaréu.

Chegado à superfície, o Pedro nem perdeu tempo a dizer que o xaréu estava ali enfiado no buraco mas numa posição de difícil tiro.

Passados uns minutos, o Pedro prepara novo mergulho e antes mesmo de mergulhar disse-nos para nós ficarmos de olho nele.

… e lá foi o Pedro mais uma vez tentar a sua sorte.

O Pedro desaparece de novo no buraco e o tempo passa …

Foi então que, à superfície, lá ouvimos o tal barulhinho do arpão a roçar nos catrapos como sinal de que o Pedro, pelo menos tinha feito o gosto ao dedo.

Eu e o Roberto mergulhámos até à entrada do buraco para ver o que se estava a passar e, naquele momento, o Pedro sai com a arma numa  mão e a outra mão a controlar o carreto.

Chegámos todos à superfície e o Pedro inicia a recuperação do arpão quando, por fim aparece lá aparece o xaréu com os dois arpões bem ferrados.

Simplesmente fantástico!!!

Escusado será dizer que fizemos uma grande festa dentro de água!!!

De forma a complementar esta história verídica, termino com esta bela frase que se enquadra perfeitamente no contexto:

“ A Persistência é o melhor caminho para o êxito.”

Charles Chaplin

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Crónica

A HISTÓRIA DO BODIÃO

há dias, em conversa com um amigo, perguntei-lhe:

“ … é pá como é que tu “rapas” tanto bodião, quando apenas só podes caçar cinco peixes por dia? não tens medo da fiscalização?”

O meu amigo vira-se para mim com uma grande calma e diz-me de mansinho:

“ … ouve lá, nunca ouviste falar acerca daquele ditado que diz que quem não tem cão, caça com gato? “

Digo-lhe eu:

“ … já, mas o que tem isso a ver com a questão que te coloquei? “

Diz-me o meu amigo:

“ … ora bem, nada mais simples! apanhas cinco peixes, corta-os às postas e guardas as cabeças e os rabos. Depois, à medida que vais caçando mais bodiões, corta-os às postas como os primeiros cinco que apanhaste e mandas as cabeças e os rabos fora! simples não? “

volto eu novamente à carga:

“ … tás a brincar comigo, só pode! então e na eventualidade de aparecer a polícia marítima, como é que tu te desenrascas? “

O meu amigo, vira-se para mim e diz prontamente:

“ … então não tás a ver o filme pá? muito simples, junto as postas todas e formo cinco bodiões com as cinco cabeças e os cinco rabos!!! “

“ … Deves pensar que os polícias são “tansos” e vão cair nessa artimanha “, disse-lhe eu com grande naturalidade.

“ … eles vão logo dizer-te que não é possível os bodiões serem assim tão grandes … “ finalizei eu.

E foi então que fiquei de boca aberta com a resposta que o meu amigo me deu.

“ … se os polícias me questionarem acerca do tamanho dos bodiões, eu só lhes digo isto para arrumar com eles: - ainda bem que os senhores polícias estão aqui ao pé de mim, porque se assim não fosse e se eu contasse a outras pessoas que tinha capturado bodiões assim tão grandes, ninguém ia acreditar!!! “

Posted by: jotasub 

 

 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sereias na costa

Estão a dar SEREIAS à costa!!

No outro dia, estava eu a “desentocar” uma cavala “entocada” para aí a uns 45 metros de fundo quando sou surpreendido com um toque nas costas e eis quando, de repente me viro e dou de caras com uma sereia.

É verdade!!!!

Escusado será dizer que a minha apneia disparou de tal maneira que já não me apetecia vir à superfície respirar.

Devem imaginar porquê, digo eu!!!

… senão vejam

Posted by: jotasub

sábado, 3 de dezembro de 2011

Record Mundial

Robert Arrington de 30 anos de idade é o actual detentor do record mundial de captura de um blue marlin capturado com uma arma de caça submarina.

Robert Arrington demorou cerca de 1 hora e 20 minutos para capturar um impressionante Marlin Azul de 480 libras no Oceano Pacífico.

Com este feito, Robert Arrington conseguiu duplicar o peso do anterior record que era de 278 libras.

Para viajar até ao local da captura foi necessário percorrer cerca de duas milhas náuticas e já agora, para içar a presa para a embarcação foi necessária a força de quatro homens.

Posteriormente, o peixe foi limpo e distribuído aos moradores no Panamá para consumo.

Aqui fica o vídeo da magnifica proeza

Posted by: jotasub

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Técnica

POLVOS

Os polvos são moluscos marinhos da classe Cephalopoda e da ordem Octopoda, que significa "oito pés".

Por norma, o caçador submarino utiliza um “bicheiro” para capturar o polvo.

Porém, parece que foi desenvolvida uma nova técnica para a captura do polvo e, pelos vistos, não é necessário o recurso ao bicheiro, senão vejamos:

Posted by: jotasub

terça-feira, 29 de novembro de 2011

CAÇA SUBMARINA COM APOIO DE EMBARCAÇÃO

Quando surge a oportunidade de se fazer uma jornada de caça submarina  com apoio de embarcação, na minha opinião, é importante ter em mente algumas regras básicas a seguir, atendendo a que a jornada começa muito antes do caçador submarino entrar na água e do mesmo modo que a mesma termina também muito depois dos mergulhos e das capturas do dia.

Então, aqui ficam algumas regras básicas a ter sempre em mente, nas saídas de barco:

  1. A colaboração de todos os elementos envolvidos na jornada de caça submarina, designadamente no manuseio do barco (colocar e tirar o barco da água) é fundamental.
  2. O acondicionamento do material individual de cada caçador submarino no barco, deve ser feito de acordo com as instruções do 'skipper', uma vez que o espaço da embarcação é limitado e, por isso, deve ser compartilhado por todos.
  3. Há que ter especial cuidado com o material pontiagudo, designadamente os arpões das armas, pelo que devem ser colocados tampões nas suas extremidades para evitar danos no pneumático.
  4. É necessário muito cuidado ao colocar o peixe capturado no barco para não furar o pneumático com espinhos.
  5. Durante a navegação é desejável e aconselhável a distribuição do peso pela embarcação.
  6. Se a distância a navegar é longa ou se o mar está agitado, não se deve levar o cinto de chumbos à cintura, sendo aconselhável colocar os mesmos devidamente acondicionados na proa da embarcação, para evitar dores nas costas.
  7. Nunca é demais lembrar que é necessário ter algum cuidado ao sair do barco para entrar na água e para entrar de volta no barco, para  não haver acidentes.
  8. No final da jornada, todos deverão colaborar na retirada do barco da água  e na limpeza do mesmo.
  9. Por fim, fica sempre bem compartilhar, por todos, o custo do combustível, bem como outros gastos que possam ocorrer.

Posted by: jotasub

domingo, 27 de novembro de 2011

Equipamento

No que respeita ao equipamento que o caçador submarino utiliza para a prática da sua actividade, há um que é indiscutivelmente o seu melhor aliado: “ O COMPUTADOR DE MERGULHO”!

Hoje em dia, o computador de mergulho é indispensável,  não só nos treinos de piscina como no mar, onde nos fornece dados importantes com vista à maximização das nossas capacidades mas, acima de tudo, também nos dá uma grandiosa ajuda na monitorização da nossa própria segurança.

Há cerca de 10 anos que este tipo de equipamento começou a evoluir e, hoje em dia, está disponível no mercado uma vasta gama de computadores de mergulho para todos os gostos.

A maioria dos computadores de mergulho permitem a sua conecção ao computador através do interface e, deste modo, permite descarregar o histórico do mergulho.

Devido aos computadores de mergulho, é-nos permitido fazer uma análise cuidada e detalhada da nossa jornada de caçasub, como por exemplo, o nº de mergulhos efectuados, o tempo de apneia em cada mergulho, o tempo de recuperação à superfície, a temperatura da água do mar, etc.

Para aqueles que gostam de estatística, o computador de mergulho também permite ao caçador submarino ver a sua evolução ao longo da temporada.

Vejamos agora as características de alguns computadores de mergulho:

BEUCHAT

photo

Modelo: Mundial

Modo: Apneia

Profundidade máxima: 90 metros

Regista: Profundidade, tempo, temperatura, número de mergulhos efectuados, intervalo de superfície, melhor marca do dia

Alarmes: Tempo máximo de mergulho, três alarmes de profundidade

Conectividade: apenas ao computador

Log book: 99 mergulhos

Software: sim

Preço aprox: €299,00

CRESSI-SUB

Modelo: edy

Modo: apneia, air-nitrox e profundimetro(gauge)

Profundidade máxima: 120 metros

Regista: Profundidade, tempo, temperatura, número de mergulhos efectuados, intervalo de superfície, melhor marca do dia

Alarmes: Tempo e profundidade

Conectividade: apenas ao computador

Log book: 60 mergulhos

Software: sim

Preço aprox: €325,00

MARES

Modelo: Apneist

Modo: apneia

Profundidade máxima: 150 metros

Regista: Profundidade, tempo, temperatura, número de mergulhos efectuados, intervalo de superfície, melhor marca do dia

Alarmes: Tempo máximo e de recuperação e profundidade

Conectividade: apenas ao computador

Log book: 300 mergulhos

Software: sim

Preço aprox: €315,00

OMERSUB

Modelo: mk1

Modo: apneia e cronógrafo

Profundidade máxima: 100 metros

Regista: Profundidade, tempo, temperatura, número de mergulhos efectuados, intervalo de superfície, melhor marca do dia

Alarmes: Tempo de fundo e profundidade

Conectividade: não

Log book: 60 mergulhos

Software: não

Preço aprox: €170,00

SPETTON-AERIS

Modelo: F10

Modo: apneia e cronógrafo

Profundidade máxima: 100 metros

Regista: hora de inicio e fim de mergulho, profundidade, tempo, temperatura, número de mergulhos efectuados, intervalo de superfície, melhor marca do dia

Alarmes: Tempo de fundo e profundidade

Conectividade: apenas ao computador

Log book: 99 mergulhos

Software: sim

Preço aprox: €282,00

SPORASUB

Modelo: SP 1

Modo: apneia e cronógrafo

Profundidade máxima: 100 metros

Regista: hora de inicio e fim de mergulho, profundidade, tempo, temperatura, número de mergulhos efectuados, intervalo de superfície, melhor marca do dia

Alarmes: Tempo de fundo e profundidade

Conectividade: não

Log book: 100 mergulhos

Software: não

Preço aprox: €229,00

SUUNTO

Modelo: D4i

Modo: apneia, air-nitrox e profundimetro(gauge)

Profundidade máxima: 99 metros

Regista: hora de inicio e fim de mergulho, profundidade, tempo, temperatura, número de mergulhos efectuados, intervalo de superfície, melhor marca do dia

Alarmes: Tempo de fundo e profundidade

Conectividade: apenas ao computador

Log book: 99 mergulhos

Software: sim

Preço aprox: €449,00

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posted by: jotasub