Numa bela tarde de sábado, eu e mais dois amigos, o Pedro e o Ricardo, combinámos uma saída à barbatana para ir caçar ao buraco para umas pedras porreiras que ficam localizadas algures na zona sul da Ilha da Madeira e, imaginem, acabámos por caçar uma barbatana!!!!
É verdade e o Pedro foi de novo o protagonista desta bela história.
Vou então contar como tudo se passou naquele dia.
Então lá vai.
… “ Ó Pedro por onde é que saímos? “ perguntei eu ainda dentro de água.
… “É pá, o melhor é sair-mos daquele lado que o mar ali naquela zona está mais calmo“, respondeu o Pedro.
E assim foi. O Pedro, com a calma do costume que é fundamental nestas coisas do mar, lá saiu da água , trepando por uma das muitas rochas que se amontoam, formando uma espécie de paredão e, já com os pés bem assentes na terra, começou a enrolar o floatline, de forma a recolher a boia e o pescado.
Entretanto, o Ricardo sai numa pedra que fica ligeiramente afastada daquela por onde saiu o Pedro e começa também ele a recolher a sua boia ao passo que eu faço o mesmo numa outra pedra.
Quanto ao pescado … esse deu para a despesa!!
De repente, o Pedro salta para outra pedra com o seu material na mão e diz para eu lhe “jogar” as barbatanas de carbono que tinham ficado na pedra por onde saiu.
Eu, como sou um rapaz bem mandado, agarro numa barbatana e “jogo-a“ na direção do Pedro que a agarra firmemente.
De seguida, “jogo” a outra barbatana, mas o Pedro, com as suas mãozinhas de manteiga, deixa cair a barbatana que se afunda num buraco à beira de água.
Na verdade, o Pedro, bem que se esforçou no sentido de tentar evitar que a barbatana “ entocasse “, embora sem êxito.
A partir daquele momento, deu-se inicio à segunda parte da jornada.
O Pedro, sem perder tempo, enche o peito de ar e agarrado pelos pés por mim e pelo Ricardo, mergulha no buraco na ânsia de recuperar a sua barbatana de carbono.
Acordámos todos no sentido de puxar o Pedro para fora do buraco, assim que ele desse sinal com a perna.
O Pedro dá sinal e é içado do buraco e de seguida, diz que o buraco está muito escuro e que não vê nada, pelo que pede uma lanterna ao Ricardo enquanto prepara nova apneia.
De seguida, o Pedro mergulha de novo no buraco agarrado pelos pés, por mim e pelo Ricardo e após alguns segundos dá sinal com a perna para ser puxado novamente para fora de água.
Na verdade, o Pedro ficava completamente submerso e o seu espaço de manobra dentro do buraco era muito reduzido, uma vez que ele mal cabia lá dentro.
Assim que o Pedro tira a cabeça da água, diz que não consegue chegar à barbatana porque ela está muito funda e apenas é visível o sapato.
Várias tentativas foram feitas, tudo sem qualquer êxito.
Estava a ficar de noite e o problema é que a barbatana permanecia “ entocada “.
Sugeri a todos voltarmos ao local no dia seguinte, pela manhã, no período de baixa mar, mas o Pedro já tinha um plano em mente.
Diz o Pedro: “ … nem penses! passa-me a arma!!!
Pensei para comigo: “ … este gajo vai atirar na barbatana!!!”
… bem dito, bem certo!!
O Pedro, sem muita conversa, carrega a sua rob allen de 1,20 mts no primeiro entalhe, prepara novo mergulho e lá vai ele de novo agarrado pelos pés para o fundo do buraco com a arma em punho e a lanterna na outra mão.
Num ápice, o Pedro dispara e dá sinal para o puxarmos do buraco.
O Pedro, à medida que é puxado do buraco, passa-me a arma e, com a cabeça fora de água pede-me para segurar na lanterna, ao mesmo tempo que controla o arpão.
Escusado será dizer que o tiro foi de tal maneira bem dado que o arpão furou completamente o sapato e conseguiu trazer a barbatana para a superfície.
Depois de tirar o arpão da borracha, mal se notava o furo que o mesmo tinha feito.
Escusado será dizer que o Pedro ficou extremamente satisfeito pelo facto de ter conseguido “desentocar” a sua barbatana de carbono.
Para terminar o dia em beleza, o Pedro lá teve de se chegar à frente e pagar uma rodada para o pessoal.
Posted by: jotasub
1 comentários:
Bela história...
E a barbatana? Agora tem "ar condicionado" e é ideal para os dias de calor.
E tu também devias ter pago uma rodada ao pessoal, pois acho que não foram as mãos de manteiga do Pedro mas sim as mãos de manteiga do atirador que falharam.
Eu não vi nem estava lá mas acho que não me engano muito...
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