Técnica de Respiração (CARPA)
Quem ainda não viu alguns apneístas em competição, antes de iniciarem uma prova, fazerem umas caretas, com a boca em bico, aos beijinhos para o ar?
Pois é, trata-se de uma técnica de respiração, denominada de Carpa, também conhecida por Packing em Inglês.
Esta técnica permite aumentar o volume de ar nos pulmões.
A generalidade dos apneístas utilizam esta técnica em todas as disciplinas da apneia, com excepção de alguns, embora raros, tais como o Umberto Pelizzari.
Porquê a carpa? Ar, mais ar mais O2 e mais conforto.
No mergulho em apneia, existem duas razões fundamentais porque precisamos de mais ar nos pulmões.
Primeiro: quanto mais ar inspiramos, mais oxigênio temos nos pulmões, e portanto maior será o tempo da apneia.
Segundo: No mergulho em em profundidade, os volumes de ar em geral e o os pulmões mais particularmente, a partir de um certo ponto, com a pressão a aumentar, diminuem podendo chegar mesmo a um certo ponto em que se encontram tão reduzidos que a compensação tanto da máscara como dos ouvidos, se torna impossível.
Nesta situação, a carpa permite atingir esse ponto critico uns quantos metros mais abaixo, e em teoria, quanto mais carpas se fizer mais abaixo esse patamar será.
Porque estamos nós limitados na quantidade de ar que conseguimos inspirar ?Há vários fatores a considerar: Tamanho dos Pulmões, Caixa Torácica, Extensibilidade Muscular, Mobilidade do Diafragma, Qualidade dos Músculos Inspiratórios, Técnica de Respiração e Estado de Fatiga.
Chegando ao que nos parece ser o limite de inspiração, ainda nos resta a carpa, que sem esforço algum permite a entrada a um precioso suplemento de ar nos pulmões ainda com capacidade para tal.
Não se deve encarar a carpa como uma sucessão de inspirações máximas, umas seguidas de outras, mas sim várias " compactagens " depois de uma inspiração máxima.
Como efectuar a CARPA:
Depois de uma inspiração máxima, seguem-se 3 fases:
1ª fase : Glote fechada boca aberta
2ª fase: Boca fechada... glote fechada
3ª fase: Glote aberta... boca fechada etc....
A sucessão de carpas acabará por aumentar consequentemente a quantidade de ar nos pulmões.
Como verificar que está a resultar: Só começando a executar as carpas já com os pulmões cheios ao máximo.
Ao fim de um certo número de carpas, começa se a ter uma sensação desagradável sentimos uma pressão intra-torácica ao nível do esterno, que vai aumentando com a quantidade de carpas.
Erros a evitar. Não começar este exercício dentro de água. Preferir fazê-lo antes fora da água em ambiente calmo. Executar carpas com os pulmões semi-cheios. Neste caso chegamos ao fim da apneia sem ter ainda sentido qualquer pressão a aumentar ao nível dos pulmões. Executar os carpas muito lentamente.
Este exercício deverá ser realizado o mais rapidamente possível porque é tempo precioso retirado à apneia.
No inicio, os nossos pulmões não estão habituados a esse excesso de ar e, portanto, não devemos começar a executar as carpas de maneira intensa. Com o tempo e com treino, os pulmões com maior elasticidade já mostram uma maior tolerância.
A técnica da carpa foi estudada e foi mostrado que levada ao seu extremo, pode ter consequências secundárias nocivas.
Comece com 5 carpas, e depois de alguns meses de prática, vá aumentando um pouco. Não se esqueça de praticar este exercício com moderação.
Conclusão:
A carpa é sem dúvida uma grande ajuda para quem quer ir mais fundo, mas não devemos esquecer que muitos pontos deverão ser respeitados em prioridade. A segurança com a pratica em grupo, o treino assíduo, e a humildade são elementos que nos farão progredir em segurança.
fonte: http://blog.comunidades.net
Posted by: jotasub
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