segunda-feira, 12 de março de 2012

A RESSURREIÇÃO

Eu e o Daniel, ao fim de muito tempo dedicado ao estudo das batimétricas dos 20 e dos 30 metros à volta da Ilha, profundidade a que ambos nos sentimos confortáveis a mergulhar, lá decidimos fazer-mo-nos ao mar num belo dia de sábado na companhia do António, o barqueiro.

Para nós, o verdadeiro objectivo desta jornada não era mais do que a tentativa de descoberta de novos spots de caçasub.

À hora marcada lá estava-mos nós preparados para aquele que viria a ser um dia inesquecível.

Em três tempos, o barco já estava na água com o motor ao ralenti e com o pessoal nos seus lugares e o respectivo equipamento devidamente acondicionado.

E assim foi, com o António aos comandos da embarcação e com o GPS ligado, lá avançámos  em direcção ao primeiro ponto a explorar.

Ao fim de meia hora, o GPS já estava a dar indicação do ponto marcado e já o António mandava o ferro para o fundo e desligava o motor da embarcação.

O Daniel não perdeu tempo e começou a equipar-se, ao passo que eu decidi não me equipar  logo, ficando a fazer companhia ao António.

Entretanto, o Daniel, entusiasmado, faz-se ao mar de arma em punho enquanto eu içava a bandeira ALFA como forma de sinalização de mergulhador no mar.

O Daniel decidiu levar consigo a sua ROB ALLEN de 1,30 mts e um enfião de cinto.

Sem demoras, o Daniel prepara o seu primeiro mergulho e lá vai ele por aí a baixo.

Entretanto o tempo começava a passar e o Daniel não regressava à superfície.

Eu e o António começámos a imaginar o pior e ao fim de 3 minutos chegámos mesmo à conclusão de que poderia ter acontecido realmente alguma coisa ao Daniel.

Com calma, virei-me para o António e disse-lhe que me ia equipar, mais que não fosse para tentar trazer o Daniel para a superfície, com ou sem vida.

Em menos de nada, já devidamente equipado, mergulhei à procura do Daniel e também eu, por incrível que pareça, não voltei à superfície.

O António, em consequência de tudo o que estava a passar, entrou em pânico e ficou sem saber o que fazer, pois não sabia sequer nadar.

Passados 5 minutos, o António decidiu pedir ajuda e telefonou para a Polícia Marítima a informar o que acabara de acontecer, dando as coordenadas do local onde se encontrava fundeado.

A Polícia Marítima ao fim de 20 minutos estava no local, juntamente com uma embarcação do SANAS e o António deu-lhes a indicação onde eu e o Daniel tinha-mos mergulhado.

Quando estavam todos a olhar para o local que o António estava a indicar, é então que se dá o MILAGRE!

Eu e o Daniel voltámos à superfície, deixando o António e os elementos da autoridade marítima estupefactos.

Olhámos os dois um para o outro e nadámos para a embarcação e ali pedimos a ajuda do António para puxar 8 belos badejos que estavam no enfião que o Daniel tinha levado à cintura.

O António estava “parvo” com o que estava a acontecer e ficou sem palavras.

O Daniel apercebeu-se que o ambiente estava um bocado tenso e decidiu contar o que, na realidade se passou.

O que se passou foi que o Daniel logo no primeiro mergulho descobriu uma gruta a 23 metros de profundidade, entrou lá dentro e a mesma estava cheia de badejos, mas o mais engraçado é que a gruta tinha uma câmara de ar que dava perfeitamente para respirar sem ter de voltar à superfície.

Quando eu decidi ir à procura do Daniel e quando cheguei lá abaixo e vi o Daniel, fiquei tão contente que nunca mais me lembrei do António.

E foi assim que eu e o Daniel fizemos a caçada do dia, apenas com uma arma mas, diga-se de passagem, que também não era preciso mais.

Eu e o Daniel pedimos desculpa a todos pelo incómodo que a situação causou, em especial ao António e tudo acabou pelo melhor.

Entretanto, a Polícia Marítima e o SANAS foram-se embora e nós aproveitámos e fizemos o mesmo e, como não poderia deixar de ser, aqui fica mais uma história com um …

Posted by: jotasub

 

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