O outro é que já dizia: “ … Cada um desce as escadas como quer !“
Há quem diga que que quem está na origem disto são os fantasmas, outros nem por isso, mas o que é certo é que eles acontecem e, de que maneira!
Por isso é que eu costumo dizer que, em determinados momentos, não vale a pena contrariar o sentido natural das coisas e o melhor mesmo é desistir!!!
Foi o que o Rui, um amigo meu e colega de trabalho fez aqui há uns anos atrás.
Num certo dia, o Rui chegou ao pé de mim e disse-me que gostava de experimentar dar um mergulho para ver se também ele tinha jeito para a prática da modalidade.
Uma vez que o Rui não tinha equipamento e, atendendo a que ele é um colega e amigo de à longa data, disponibilizei-me de imediato para lhe facultar o material necessário para a realização do evento.
E assim foi.
No fim de semana seguinte, logo pela manhã, combinámos a saída à barbatana no cais da Ribeira Brava, para o baptismo de caçasub do amigo Rui.
No dia e hora combinado, lá estava o Rui no cais à minha espera, bem disposto, como de costume.
Entretanto, fomos tomar um cafezito e aproveitámos a ocasião para “afinar as agulhas”.
Reparei que o rapaz estava com os índices de motivação muito altos, o que indicava um bom sinal.
Lá fomos nós para os carros, com o intuito de nos equiparmos e, desse modo, dar inicio à nossa aventura.
Ah, um pormenor que me estava a escapar:
“O Rui tem falta de vista e, por isso, usa óculos graduados “
Bem, lá nos acabámos de equipar e o Rui avança para as escadas à minha frente com a arma numa mão e a bóia e o floatline na outra.
Um pormenor de ocasião que achei delicioso, foi o facto do Rui ter colocado os óculos de mergulho na cara e as barbatanas nos pés logo no cimo das escadas.
O Rui desceu bem os primeiros degraus secos mas o pior aconteceu quando o Rui pisou o primeiro degrau com “ limos “.
A barbatana escorrega e o Rui protagoniza um autêntico bate cú até à água.
Para não dar parte de fraco, o Rui lá foi para dentro de água mas os peixes não quiseram nada com ele naquele dia.
Na segunda feira seguinte, o Rui não apareceu ao serviço e, preocupado, telefonei-lhe quando ele me disse que tinha ido ao médico no domingo e que o mesmo lhe tinha passado um atestado médico de cinco dias para repouso do cóxis.
Na verdade, esta história não acaba aqui.
Passadas umas semanas, o Rui já recomposto da jornada anterior convida-me para mais uma saída à barbatana, juntamente com um outro colega de trabalho, o Ricardo, mas desta vez o destino era o cais do Seixal, no norte da Ilha.
É evidente que aceitei o convite, como não poderia deixar de ser.
No dia e hora combinado, lá fomos os três, eu, o Rui e o Ricardo para mais uma aventura.
Chegámos ao local e após o ritual do costume, lá nos fomos equipar para dar inicio à jornada de caça submarina.
O Ricardo, desce as escadas e manda a bóia para dentro de água e prepara-se para lavar os óculos de mergulho quando o Rui, já equipado com um fato novo, de marca “NAVA” de 7 mm, desce as escadas, desta vez com o material todo nas mãos, incluindo os óculos e as barbatanas.
Mas, o pior voltou a acontecer !
É verdade, o fantasma das escadas voltou a atacar.
O Rui volta a escorregar no limo das escadas e mais uma vez vai pelas escadas abaixo, todo torcido e, ao chegar ao fundo das escadas, salta-lhe o material das mãos, incluindo a bóia e, em consequência, um dos mosquetões da bóia do Rui bate na cara do Ricardo que, sem ter culpa nenhuma, ficou com um hematoma na face.
Risada geral l!!!
A coisa lá passou e, de seguida, lá fomos todos para dentro de água.
A jornada foi muito produtiva e já em terra, o Rui pede-me para o ajudar a tirar o casaco do fato.
De seguida, puxei-lhe o casaco pela rabeira e quando o Rui tira os braços para fora do fato, verifiquei que tinha uma contusão profunda no cotovelo direito que até se via a cartilagem.
Espantado, perguntei-lhe se aquilo lhe doía, tendo ele dito que tinha uma dor mas que dava para aguentar.
Também lhe perguntei se na altura da queda nas escadas, se tinha apercebido da gravidade da situação, tendo ele dito que não, pelo facto de estar quente.
Dali, fomos de seguida para o Centro de Saúde de São Vicente prestar assistência ao Rui, onde foi suturado com alguns pontos que mais tarde vieram a fazer falta ao SPORTING ser campeão.
Escusado será dizer que o Rui ficou mais uns dias em casa, motivados pela segunda queda consecutiva das escadas de um cais.
O pior é que os pontos que o Rui levou no Centro de Saúde de São Vicente não pegaram, pelo facto do Rui ter estado dentro de água cerca de quatro horas e a ferida ter “ cozido “.
Em consequência deste segundo episódio e, tudo por causa das
o Rui ficou com uma marca no cotevelo e perdeu a vontade de praticar caça submarina.
Faço votos para que o Rui volte a enfrentar, de novo, este maldito
Posted by: jotasub